Fui educado para acreditar que a moral se refere a fatos e objetivos. Tal como a neve é branca, também a rebeldia é um mal. Mas as atitudes variam em função do espaço e do tempo. As normas que aprendi são as normas da minha própria sociedade; outras sociedades possuem diferentes normas. A moral é uma construção social. Tal como as sociedades criam diversos estilos culinários e de vestuário, também criam códigos morais distintos. Aprendi-o ao estudar antropologia que a SOCIEDADE não é o mundo que vivo e sim o mundo também que não conheço.
Considero que cada um dos pontos de vista é relativo à sua cultura, e o nosso é relativo à nossa. Não existem verdades objetivas acerca do bem ou do mal. Quando dizemos o contrário, limitamo-nos a impor a nossas atitudes culturalmente adquiridas como se se tratassem de "verdades objetivas".
Quando comecei a ser relativo aos meios culturais tornei-me mais receptivo a aceitar outras culturas. Como muitos outros amigos, eu partilhava a típica atitude "nós estamos certos e eles errados". Lutei arduamente contra isto. Apercebi-me de que o outro lado não está "errado" mas que é apenas "diferente". Temos, por isso, que considerar os outros a partir do seu próprio ponto de vista; ao criticá-los, limitamo-nos a impor-lhes padrões que a nossa própria sociedade construiu. Nós, os relativistas culturais, somos mais tolerantes.
Assim, posso sentir-me solidário com pessoas que partilham comigo uma mesma comunidade, ainda que outros grupos possuam diferentes valores.
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