quarta-feira, 21 de agosto de 2013


Minha vida é feita de caminhos comuns. A rua que me leva , carrega multidões sobre o asfalto batido.Vejo o mundo em sua crueza cotidiana A padaria da esquina não está iluminada por notícias de milagres. Não há maná no cardápio. O que há é o trigo cotidiano, faminto de fomes e pronto para o prazer da saciedade.
Eu olho devagar para cada coisa e descubro uma vida miserável, mas surpreendente. O homem da garapa não se cansa de acreditar na doçura que comercializa. Todos os dias, ao seu modo, ele se esforça para diminuir o amargor da vida. Moe a cana como se moesse a dureza da existência.
Eu continuo...
O ponto de ônibus está cheio. Uma mulher visivelmente abatida está desejosa de voltar para casa. A sacola de embrulhos é uma metáfora da vida. Presa à ponta dos dedos, a vida parece resguardada nos motivos de um papel pardo. O embrulho da mulher, a mulher do embrulho, tudo me faz crer que o caminho comum é o lugar da poesia. O onibus chegará, mas a casa ainda não. Haverá o processo de passar por outras casas que não são a sua.                                                                                                                                           O carro  me leva. Chego ao destino de minha porta. O desejo de entrar é imenso. Recordo-me da mulher e suas sacolas de embrulhos.
Coloco a chave na fechadura. Faço o movimento de abrir. Adentro minha casa. O silêncio de minhas coisas não corresponde aos gritos de minhas causas. Não estou só,minha Alma está comigo e de tudo isso que  eu passei só uma palavra resume  tudo:
“DEUS ESTÁ EM TUDO E EM TODOS”

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